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As actrizes e os actores com mais Óscares
Foram muitos os actores e actrizes que, desde 1929, data da primeira cerimónia dos prémios, ganharam um Óscar. Pouco mais de 40 conseguiram levar para casa duas estatuetas da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood ao longo da carreira. Mais do que isso? Quase nenhuns. Katharine Hepburn é a actriz mais premiada, tendo recebido quatro Óscares de melhor actriz entre 1934 (por Glória de Um Dia) e 1982 (por A Casa do Lago). Depois, com três Óscares, surgem Frances McDormand, Daniel Day-Lewis, Meryl Streep, Jack Nicholson, Ingrid Bergman e Walter Brennan – o único que nunca foi eleito melhor actor principal, vencendo apenas por papéis secundários. Na madrugada de 27 para 28 de Março, porém, este restrito clube pode receber um novo membro: Denzel Washington. O actor que faz de Macbeth no mais recente filme de Joel Coen volta a estar nomeado na categoria de melhor actor principal, 20 anos depois de ter recebido o mesmo prémio pelo desempenho no Dia de Treino de Antoine Fuqua. Antes disso, em 1990, o seu papel em Tempo de Glória, de Edward Zwick, já lhe havida valido uma estatueta de melhor actor secundário. Recomendado: O Poder do Cão de Jane Campion lidera nomeações para os Óscares

Onze filmes fantásticos e de terror que ganharam Óscares
É muito raro um filme como A Forma da Água, de Guillermo Del Toro, ser nomeado para tantos Óscares como aconteceu em 2018: 13. Recebeu quatro (filme, realizador, banda sonora e direcção de arte), apesar de não estar na tradição da Academia de Hollywood distinguir com estatuetas douradas o cinema da fantasia e do sobrenatural. Mesmo assim, ao longo das décadas, foram vários os filmes fantásticos e de terror recompensados, quase sempre nas categorias secundárias, como maquilhagem, guarda-roupa ou efeitos visuais. Mas há excepções, como O Senhor Dos Anéis: O Regresso do Rei, a última aventura cinematográfica da trilogia tolkiana de Peter Jackson. Recomendado: Os 100 melhores filmes de terror de sempre

Uma dúzia de adaptações de videojogos para o cinema
Nem todas as histórias têm finais felizes. A história dos videojogos no cinema, por exemplo, começou a ser escrita há quase 30 anos e tem sido uma sucessão de pequenas e grandes desilusões. Desde a olvidável ainda que pioneira adaptação de Super Mário, assinada por Rocky Morton e Annabel Jankel em 1993, a produções mais recentes como Sonic: O Filme (2020), de Jeff Fowler, ou Monster Hunter (2020), de Paul W. S. Anderson, passando pelos vários Resident Evil e Tomb Raider que assolaram o grande ecrã, há demasiados maus filmes inspirados em videojogos. Os bons, esses, são perto de zero. E a culpa nem sempre é das histórias originais – só às vezes. Por ocasião da estreia do Uncharted de Ruben Fleischer, recordamos outras adaptações de jogos de vídeo que não deviam ter existido, mas marcaram o género, por assim dizer. Recomendado: Dez dos piores filmes de todos os tempos

Sensible Soccers: “O ‘Manoel’ é um trabalho sobre a memória”
Desde que apareceram nas nossas vidas, com o EP homónimo de 2011 (reunido entretanto com um par de singles dos primórdios do grupo, no álbum 2011-2013), os Sensible Soccers não pararam de mudar. Não só de pessoal – Hugo Gomes, André Simão e Manuel Justo são hoje o núcleo duro da banda – como de som. Mas tem sido uma mudança natural e progressiva. Sem se afastarem muito do caminho que palmilham há anos, as mais recentes passadas levaram-nos a Manoel, nome partilhado pela banda sonora para duas curtas de Manoel Oliveira – Douro, Faina Fluvial e O Pintor e a Cidade – que vamos poder ver enquanto eles tocam na próxima quarta-feira, 16, na Culturgest de Lisboa; e por um disco inspirado nos filmes, mas que existe independentemente da banda sonora. Essa e outras dicotomias foram o ponto de partida para uma conversa a três que se estendeu por três quartos de hora. O Douro, Faina Fluvial [1931] e O Pintor e a Cidade [1956] são dois filmes muito distintos – de épocas e estéticas diferentes, um a preto e branco, outro a cor – mas unidos por uma cidade, o Porto. Diriam que o Manoel é também um disco sobre o Porto, mais até do que sobre esses filmes?André Simão: Todos temos uma experiência própria com e na cidade do Porto, por isso é impossível que não exista também muito do Porto na forma como abordámos este projecto. Mas acho que, mais do que sobre o Porto, é um disco sobre a cidade e a ideia de cidade. Claro que o Porto é o mote de qualquer um dos filmes e essa é desde logo a

Trovas e cantigas de embalar: oito canções para adormecer
O reino misterioso do sono nunca deixou de atrair os compositores de canções e, entre muitas escolhas possíveis, há neste lote gente conhecida como os Beatles, os Smiths e os Smashing Pumpkins. Estas oito substâncias hipnóticas podem ser tomadas sem receita médica, mas há que ter em atenção que alguns poderão produzir, nas almas mais sensíveis e quando consumidos repetidamente, efeitos secundários imprevisíveis. O importante é reter que as canções de embalar, apesar de talvez terem sido as primeiras criações musicais do homo sapiens, não são um género esgotado. A prova está aqui. Recomendado: Dez clássicos do jazz para ouvir ao luar

Rabu Mazda: “Positivo até ao fim”
“Mazda life é mesmo assim”, canta ele no “Domingo”. “Todo o dia é um domingo”, completa. “Mazda life é mesmo assim”, continua a reza. “Positivo até ao fim.” Ele é Leonardo Bindilatti, Bindi para os amigos, Rabu Mazda nas capas dos discos. Bindi é também o nome do primeiro álbum a solo, descrito pelo próprio como um disco “mais pessoal”, nascido de uma “vontade de expressar” o que lhe ia cabeça. Foi lançado a 3 de Dezembro do ano passado, tarde demais para receber o destaque merecido nas listas de discos do ano – na Time Out, por exemplo, já tínhamos votado nos melhores. Mas agora as suas canções têm outra chance para serem ouvidas e descobertas pelo público, com as primeiras apresentações ao vivo marcadas para o Porto, na sexta-feira, 28, e para Lisboa, no dia seguinte. Passada uma semana, a 4 de Fevereiro, actua no Gasoline, no Barreiro, com Silvestre e Seán Being. “Toco primeiro no Porto, no Café Au Lait. Os Judas Triste vão abrir. Depois sou eu, sozinho, a cantar – a minha namorada vai ser a minha DJ. E o Arrogance Arrogance vai passar som no fim. É uma noite da [editora] Favela, que tem lá uma residência e é pessoal amigo”, conta. “Depois, na ZDB, vou estar com a Fetra e com o Rudi [Brito], o Domatrice.” Para os mais distraídos, “a Fetra” é a Cafetra, gangue editorial de Lisboa do qual Leonardo é uma peça fulcral, tanto pelo seu trabalho de produção como pela música feita no contexto de bandas e projectos como Kimo Ameba, Putas Bêbadas, Iguanas ou Kridinhux. Na ZDB, o col

Rabu Mazda: “Positivo até ao fim”
“Mazda life é mesmo assim”, canta ele no “Domingo”. “Todo o dia é um domingo”, completa. “Mazda life é mesmo assim”, continua a reza. “Positivo até ao fim.” Ele é Leonardo Bindilatti, Bindi para os amigos, Rabu Mazda nas capas dos discos. Bindi é também o nome do primeiro álbum a solo, descrito pelo próprio como um disco “mais pessoal”, nascido de uma “vontade de expressar” o que lhe ia cabeça. Foi lançado a 3 de Dezembro do ano passado, tarde demais para receber o destaque merecido nas listas de discos do ano – na Time Out, por exemplo, já tínhamos votado nos melhores. Mas agora as suas canções têm outra chance para serem ouvidas e descobertas pelo público, com as primeiras apresentações ao vivo marcadas para o Porto, na sexta-feira, 28, e para Lisboa, no dia seguinte. Passada uma semana, a 4 de Fevereiro, actua no Gasoline, no Barreiro, com Silvestre e Seán Being. “Toco primeiro no Porto, no Café Au Lait. Os Judas Triste vão abrir. Depois sou eu, sozinho, a cantar – a minha namorada vai ser a minha DJ. E o Arrogance Arrogance vai passar som no fim. É uma noite da [editora] Favela, que tem lá uma residência e é pessoal amigo”, conta. “Depois, na ZDB, vou estar com a Fetra e com o Rudi [Brito], o Domatrice.” Para os mais distraídos, “a Fetra” é a Cafetra, gangue editorial de Lisboa do qual Leonardo é uma peça fulcral, tanto pelo seu trabalho de produção como pela música feita no contexto de bandas e projectos como Kimo Ameba, Putas Bêbadas, Iguanas ou Kridinhux. Na ZDB, o col

Vamos apanhá-los todos (outra vez)
★★★☆☆ A tensão entre passado, presente e futuro sente-se, há mais de uma década, em sucessivos Pokémons. É uma tensão entre impulsos criativos e garantias comerciais, entre aquilo que as pessoas que criam estes objectos têm vontade de fazer, explorar, dizer, e aquilo que muitos jogadores e investidores querem, que é mais do mesmo. Mas é também uma tensão entre diferentes públicos – um mais conservador e nostálgico; outro mais curioso e indiferente ao passado – e as suas vontades. Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl, lançados no mês passado, são as últimas vítimas e resultados dessa tensão. Tal como os dípticos FireRed/LeafGreen (2004), HeartGold/SoulSilver (2009) e Omega Ruby/Alpha Sapphire (2014), os novos Brilliant Diamond/Shining Pearl são remakes de títulos lançados muitos anos antes – Diamond/Pearl, de 2006, neste caso – que revisitam as áreas e narrativas originais, actualizam mecânicas e gráficos, são transportados para uma nova consola e estão prontos para render mais uns milhões de euros – nenhuma outra franquia multimédia faz tanto dinheiro; desde a edição dos primeiros jogos, há 25 anos, os sucessivos videojogos, cartas, filmes, séries, brinquedos, livros, discos e merchandising renderam à Pokémon Company quase 100 mil milhões. Ao contrário de remakes anteriores, porém, os recentes Brilliant Diamond e Shining Pearl não estão a ser nem serão universalmente apreciados – o sucesso comercial, esse, está garantido. Enquanto títulos como Omega Ruby ou Al

O Universo Televisivo da Marvel: 17 séries para ver em streaming
Os Agentes S.H.I.E.L.D. foi a primeira série a encolher o Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) para o pequeno ecrã, em 2013. Nos anos que se seguiram, a Marvel Television produziu uma dúzia de programas em parceria com canais como a ABC e a Freeform e serviços de streaming como a Hulu e a Netflix. Até que a Disney lançou a sua própria plataforma de streaming e decidiu concentrar lá todas as futuras séries do UCM, e deixá-las a cargo dos Marvel Studios, até então apenas responsáveis pelos filmes. WandaVision foi a primeira a estrear-se, seguida de outras sequelas televisivas, como O Falcão e o Soldado do Inverno ou Loki, e já há mais uma dezena de projectos a caminho do Disney+, que hoje é a casa de quase todas as séries da Marvel. Mas há excepções. Recomendado: Os melhores e os piores filmes da Marvel

Os concertos a não perder no Super Bock em Stock 2021
Já foi Super Bock em Stock, já foi Vodafone Mexefest e entretanto recuperou o nome original. Depois de um ano parado (por culpa da pandemia, sempre a pandemia), o Super Bock em Stock vai voltar a mexer com a Avenida da Liberdade e arredores entre os dias 19 e 20 de Novembro. Há mais de 50 concertos espalhados por 12 palcos e um autocarro. Para que não se perca, dizemos-lhe o que não pode perder, do rock experimental dos cabeças de cartaz internacionais Django Django e Iceage ao trap de LON3R JOHNY e o hip-hop português dos históricos Mundo Segundo & Sam The Kid. Recomendado: Os melhores concertos em Lisboa já na agenda para 2022

Princípio, meio e ainda sem fim: a cronologia possível dos filmes da DC
O universo alargado ou estendido da DC é uma criação relativamente recente e instável. Durante décadas, os super-heróis da DC viveram isolados nos respectivos cantos do grande ecrã: o Super-Homem de um lado, o Batman do outro e os restantes membros da Liga da Justiça fora de cena. Contudo, depois do monumental sucesso de Os Vingadores e, por arrasto, dos restantes filmes do Universo Cinematográfico da Marvel, os patrões da Warner Bros. tentaram repetir a fórmula com as longas-metragens da sua filial aos quadradinhos, a DC. Ignorando tudo o que estava para trás e o que se passava ao mesmo tempo nas séries televisivas da CW, o Homem de Aço de Zack Snyder foi o primeiro capítulo do que seria um universo alargado da DC, erguido em torno dos blockbusters dirigidos por Snyder. Mas após os fracassos de Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça e sobretudo de Liga da Justiça, a Warner Bros. inverteu a marcha. Os filmes que se estrearam depois, como Aquaman, Shazam! ou O Esquadrão Suicida de 2021, aludem discretamente ao que aconteceu antes e situam-se no mesmo universo, mas são obras independentes, sem os elos narrativos que ligam as produções da Marvel sob a alçada da Disney. Ainda assim, quem quiser, pode ver as suas histórias desenrolarem-se cronologicamente. Esta é a ordem certa para ver os filmes da DC. Recomendado: A ordem certa para ver os filmes da Marvel

Os melhores jogos do PlayStation Now
Nos últimos anos, os espectadores habituaram-se a pagar uma mensalidade (ou mais que uma) para terem acesso aos catálogos de filmes e séries da Netflix e de outros serviços. Há cada vez mais jogadores a fazerem o mesmo. O Xbox Game Pass, que dá acesso a uma vasta colecção de videojogos por um valor fixo mensal, é parte essencial da estratégia da Microsoft para o sector desde 2017, e nos últimos anos até a Apple e a Google lançaram serviços semelhantes. A Sony também tem um. Sem ser tão popular como o PlayStation Plus – outro serviço da Sony, essencial para jogar online e que todos os meses oferece três ou quatro novos jogos aos assinantes, entre outras regalias –, o PlayStation Now ganhou um novo fôlego nos últimos meses. O que começou por ser apenas um serviço de streaming de videojogos, hoje permite descarregar mais de uma centena de títulos da PlayStation 4 e alguns clássicos da PlayStation 2, além de continuar a dar para fazer streaming de tudo isso, e de alguns dos melhores jogos que agraciaram a PlayStation 3. Por 9,99€ por mês ou 59,99€ por ano, estes são os jogos do PlayStation Now que vale a pena descarregar. Recomendado: Os melhores jogos do Xbox Game Pass
Reviews (20)

Sortidos MIL
Ainda falta mais de meio ano para a próxima edição do MIL. Mas, para assinalar o início das candidaturas de artistas para o festival de 2020, o Musicbox decidiu fazer uma espécie de MIL em ponto pequeno, com artistas emergentes do continente europeu. A primeira a subir ao palco, no sábado, será a harpista portuguesa Carolina Caramujo (na foto), que se encontra a gravar o primeiro álbum a solo, com lançamento previsto para Novembro. Segue-se a cantora e compositora indie catalã Núria Graham, que editou em 2017 o disco Does it Ring a Bell? por El Segell del Primavera. Depois é a vez de GENTS, duo dinamarquês de synthpop romântica e nostalgica, cujo novo álgum Humam Connection, deve sair a 11 de Outubro. O último concerto da noite é o de Kukla, cantora eslovena de turbo-pop. Depois há Dj sets de Dinamarca, que apesar do nome é chileno e vive na Suécia, e do português Progressivu.

Built To Spill
Os Built to Spill ajudaram a definir e a expandir o som do indie rock americano nos anos 90. Liderados por Douglas G. Martsch, cantor, herói da guitarra, principal compositor e único membro permanente do grupo ao longo das décadas, gravaram temas que se tornaram clássicos da canção eléctrica americana e álbuns que mais parecem monumentos, cuja influência foi quase imediata e se continua a sentir. Discos como There’s Nothing Wrong With Love (1993) um disco de indie-pop de guitarras, áspero, conciso e com o coração na lapela, sem o qual os primeiros (e bons) trabalhos dos Death Cab For Cutie nunca teriam existido. Ou Perfect From Now On (1997), o terceiro álbum e o primeiro com o selo da multinacional Warner, com as suas canções paisagísticas e cordilheiras de guitarras que se confundiam com o mapa americano e nas quais escutávamos pontos de contacto com o que os contemporâneos Modest Mouse estavam a fazer. Ou Keep It Like A Secret (1999), o terceiro clássico consecutivo e combinação quase perfeita entre a abordagem mais directa do disco de 1993 com a epicidade do seu sucessor. É precisamente Keep It Like A Secret que ouviremos esta quarta-feira na Zé dos Bois, Um segredo mal guardado depois dos concertos de Oruã e Shaolin Soccer. Doug Martsch e companhia têm celebrado ao vivo os 20 anos do disco, e um dia antes de actuarem no NOS Primavera Sound trazem a Lisboa os segredos mal guardados que são as suas canções. Não faltará nenhuma. Desde clássicos indie efusivos como “The Plan

Ciclo Maternidade
Vários artistas da Maternidade vão desfilar pelo palco do Auditório Municipal António Silva, no Cacém, entre sexta-feira e sábado: Filipe Sambado, Bejaflor, Catarina Branco, Aurora Pinho e Vaiapraia. O convite partiu do teatromosca, mas a promotora teve “carta branca” para fazer o que quisesse, garante o cantor e compositor Filipe Sambado. “Optámos por ter só concertos de bandas associadas à Maternidade porque nunca tocámos no Cacém. Nenhum de nós”, diz Rodrigo Araújo, vulgo Vaiapraia, outro dos mentores da agência. Desde finais de 2014 que a promotora Maternidade dá música a Lisboa e ao resto do país. Além de agenciar cantores como Luís Severo, Filipe Sambado e Vaiapraia, entre outros, teve durante muito tempo uma mensalidade nas Damas, onde deu a conhecer inúmeros e bons músicos independentes portugueses (chegou recentemente ao fim), e ao longo dos anos trouxe várias bandas estrangeiras a Portugal, em muitos casos pela primeira vez. No Ciclo Maternidade deste fim-de-semana, os concertos começam às quatro da tarde de sexta-feira, na estação ferroviária do Rossio, onde vai actuar a cantora/ compositora indie Catarina Branco, que editou o primeiro EP, ‘Tá Sol, este ano. O cantor e produtor de pop caseirinha e electrónica Bejaflor, que se estreou com um belo disco homónimo no ano passado, é o segundo a tocar, a partir das nove no Auditório Municipal António Silva. A noite termina com Filipe Sambado (na foto). “Naquele belo formato solo, muito comunicativo, de guitarra ao peito

Paião
João Pedro Coimbra, Nuno Figueiredo, Jorge Benvinda, Marlon e VIA são os Paião. E, como o nome sugere, interpretam canções escritas e cantadas por Carlos Paião, um dos maiores nomes da pop portuguesa da década de 80. Depois de um primeiro concerto, no ano passado, durante o Festival da Canção, e da edição de um CD, chamado apenas Paião, apresentam-se ao vivo no Capitólio.

José Pinhal Post-Mortem Experience/ Catarina Branco/ Sreya/ Japo
Durante muito tempo, a Noite às Novas foi uma das bonitas noites (passe a redundância) da Zé dos Bois. Uma espécie de baile de debutantes em que artistas mais ou menos desconhecidos se davam a conhecer, e por onde ao longo dos anos passou uma legião de gente boa, de Norberto Lobo a Alek Rein ou a Sallim. Entretanto o nome caiu em desuso ali para os lados da rua da Barroca, apesar de a ZDB ter continuado a revelar novos valores e, ocasionalmente, até a juntá-los todos numa só sessão. É o que vai mais uma vez acontecer na sexta-feira. Porque, apesar de o velho nome não ser usado, a ideia é mais ou menos a mesma. Há a recriação do repertório de José Pinhal, nome mais ou menos desconhecido da música ligeira do Norte de Portugal, pela José Pinhal Post-Mortem Experience, que agrega músicos da Favela Discos e dos Equations, e recria o repertório do cantor com destreza e músculo, mas sem qualquer ironia. Pela primeira vez em Lisboa. Vai ouvir-se também a indie-pop caseirinha de Catarina Branco, que vai apresentar o EP de estreia acompanhada pela sua banda. E as canções pop fora do baralho e difíceis de compartimentar de Sreya, que já ouvimos em Lisboa em mais do que uma ocasião e cujo primeiro disco, Emocional, tem mão de Conan Osiris. Depois dos concertos, há um DJ set de JAPO, vulgo Menino da Mãe, vulgo Bernardo Bertrand, pronto para nos fazer dançar com a sua electrónica.

12 anos do Musicbox
12 Anos. O número pode não ser redondo, mas não é por isso que o Musicbox não vai assinalar a data com a pompa do costume. As comemorações arrancam pelas 21.30 de quinta-feira, com a habitual entrega de presentes em forma de música gratuita. Neste caso, concertos de Pedro Mafama, cantor e produtor de uma música portuguesa difícil de delimitar, com tanto fado como hip-hop; do duo Môrus, de Alexandre Moniz e Jorge Barata; e dos Sunflowers (na foto), banda portuense de garage-punk com tensão psicadélica. Segue-se, à meia-noite e meia de quinta para sexta-feira, o ponto alto das festividades, a estreia em território nacional de Ms Nina, nome de proa do perreo espanhol, a trabalhar nos campos do trap e do reggaeton mais liberto e futurista. No país aqui ao lado, anda há uns anos a meter o público a dançar com a sua música sugestiva e abertamente sexualizada, mas positiva, questionando ideias heteronormativas de género e domínio. O regresso aos palcos dos Sensible Soccers, agora com uma nova formação, está marcado para sexta-feira. A banda portuguesa vai mostrar as novas composições a incluir num eventual sucessor de Villa Soledade, álbum de 2016 que sintetiza com mestria a vastidão electrónica, ensinamentos krautrock e a synthpop oitentista. Conhecendo o historial deles, o mais certo é vir aí coisa boa. Depois do concerto dos Sensible Soccers, na sexta-feira, a festa continua com Nuno Lopes, sem dúvida o melhor DJ português que também é um actor conhecido, e Dupplo, que é como que

Kiss/ Megadeth
Os Kiss são mais conhecidos do que a música que fazem. Gene Simmons, Paul Stanley e companhia – Tommy Thayer na guitarra e Eric Singer na bateria completam a actual formação, nos lugares e pinturas faciais dos históricos Ace Frehley e Peter Criss – andam nisto desde 1973 e são lendas do hard rock, todavia são mais as pessoas que reconhecem as suas caras maquilhadas, as vestes de cabedal e aquela língua do que as que conseguem trautear um par de canções deles. Parece estranho, mas é apenas o reflexo da maneira como a banda superou as limitações da sua música, de nicho, e se tornou uma instituição da cultura popular do Ocidente. Os autores de “I Was Made for Lovin’ You” (a mais conhecida canção dos Kiss, que nem sempre é tocada ao vivo) partilham o cartaz com os Megadeth, que garantiram ainda na década de 80 o seu lugar no pódio do thrash metal californiano e continuam aí para as curvas. Dystopia, de 2016, é o mais recente disco da banda de Dave Mustaine.

Meatbodies
O nome de Chad Ubovich confunde-se com os Meatbodies, a banda que lidera e à qual já emprestou o nome. Confunde-se também com algum do melhor garage rock californiano dos últimos anos – antes dos Meatbodies, tocou na banda de Mikal Cronin e continua a acompanhar esse ícone garageiro que é Ty Segall, nos Fuzz. Mas concentremo-nos nos Meatbodies, que regressam ao MusicBox no sábado e no dia seguinte fazem das suas no festival Milhões de Festa. Editaram este ano Alice, álbum conceptual cuja lírica é indecifrável, mas cuja música não desilude: garage rock distorcido, com psicotrópicos à solta na corrente sanguínea. Tão violento como inspirador. Revigorante.

The Divine Comedy
Entre os muitos que já tentaram fazer da música pop uma amálgama de ideias clássicas com sensibilidades modernas, poucos o conseguiram com a imaginação de Neil Hannon. A música dos seus Divine Comedy é um universo sumptuoso de pop orquestral enlaçada com destreza lírica. Mãos menos hábeis não saberiam conferir tanta elegância aos floreados teatrais que ornamentam a sua música, mas Neil Hannon é uma criatura rara, um compositor tão inteligente quanto galhofeiro. Foreverland, aventura-se no mundo romantizado da mundanidade, serpenteado por cordas e sopros. Louva a extraordinariedade dos quotidianos mais vulgares, pintados com referências históricas, melodias sensoriais, letras laboriosas e um coração pop sempre a palpitar. Com referências que vão desde Catarina, a Grande, à Legião Estrangeira Francesa, mas sem deixar de ser um álbum disfarçadamente autobiográfico sobre aquilo que vem depois do “felizes para sempre”. Mesmo quando escreve de forma mais dissimulada, autodepreciativa ou espirituosa, Neil Hannon só escreve canções de amor. É um romântico incurável, que se há-de fazer?

Night Lovell
O prodigioso rapper e produtor canadiano Night Lovell estreia- -se ao vivo na Zé dos Bois mais perto do final do mês. Apresenta o álbum do ano passado, Red Teenage Melody.

Peixe: Avião
Os Peixe: Avião reinventam-se de disco para disco. No mais recente, Peso Morto, lançado no princípio de 2016, aprofundam a subversão do formato canção tradicional. Para a semana tocam na Galeria Zé dos Bois.

News (287)

Museu Bordalo Pinheiro inaugura exposição de Hugo van der Ding
O Museu Bordalo Pinheiro vai inaugurar, pelas 18.00 da próxima quinta-feira, 3 de Março, a exposição “BORDELLO. Ao que isto chegou: uma retrospectiva de Hugo van der Ding”. A mostra, patente Sala da Paródia do Museu Bordalo Pinheiro até 15 de Maio, reúne desenhos originais, um conjunto de prints em serigrafia, uma escultura de papel e cerâmicas moldadas ao longo das últimas semanas. Hugo van der Ding ficou conhecido pelos cartoons de A Criada Malcriada, publicados nas redes sociais, e pela criação de outras personagens de banda desenhada. Hoje, é um autor publicado e uma das vozes das Manhãs de 3. View this post on Instagram A post shared by Hugo van der Ding (@hugovanderding) Museu Bordalo Pinheiro. De 3 de Março a 15 de Maio. Ter-Dom, 10.00-18.00. Entrada: 3€. + Leia a edição digital da Time Out Portugal desta semana + Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

Os limites das músicas urbanas e electrónicas esbatem-se em Cascais
No final do primeiro ID NO LIMITS, que levou seis mil pessoas ao Centro de Congressos do Estoril entre os dias 29 e 30 de Março de 2019, a organização gabava-se do “sucesso absoluto” da estreia. As actuações de artistas internacionais como IAMDDB, Madlib ou Arca e nacionais como Pedro Mafama ou Dino D’Santiago e as possibilidades abertas pelo festival foram elogiadas um pouco por todo o lado. A realização de uma segunda edição, em 2020, era uma certeza. Mas depois a pandemia aconteceu. O ID NO LIMITS foi cancelado uma vez, e mais outra. Já chega, porém. A segunda edição está marcada para os dias 24, 25 e 26 de Fevereiro. Karla Campos, promotora do festival, destaca que “será o primeiro festival a arrancar em 2022 no formato normal em período covid seguindo as restrições impostas em que o público apenas terá de apresentar o certificado digital covid válido ou um teste negativo covid e o uso da máscara”. Compreende-se o entusiasmo da organização. Apesar de, com mais ou com menos restrições, já termos podido assistir a sucessivos festivais desde o último ano, parece que é desta que os grandes festivais de música vão mesmo voltar a realizar-se. E o ID NO LIMITS pode ser o pontapé de partida para uma Primavera e um Verão de desforra. No cartaz do festival, a electrónica encontra-se com o hip-hop, r&b e outras músicas urbanas, tocadas e passadas por artistas de várias geografias – da África à América Latina, mas também e inevitavelmente dos Estados Unidos e da Europa, incluindo Por

Tiago Bettencourt vai finalmente apresentar o novo disco em Maio
É estranho adjectivar como novo o mais recente álbum de Tiago Bettencourt, 2019 Rumo ao Eclipse. Afinal, já saiu em Outubro de 2020. Mas entre o pára-arranca dos confinamentos e a pandemia em curso, só a 21 de Maio, às 22.00, é que Lisboa vai poder ouvir ao vivo as suas canções, no Capitólio. A novidade é essa. Apesar da apresentação oficial em Lisboa (e no Porto) estar marcada para Maio, já houve algumas oportunidades para ouvir as faixas do sexto álbum de originais do cantor e compositor português – ao longo do ano passado, o músico actuou várias vezes noutros pontos do país. E até esteve no Coliseu de Lisboa em Dezembro, a tocar as canções do projecto Tiago na Toca. Em jeito de aquecimento para a nova leva de espectáculos ao vivo, acaba de chegar às plataformas digitais o teledisco de “Não Queiras Mais de Mim”, realizado pelo próprio Tiago Bettencourt, com Martim Torres. É uma das canções que Tiago e a sua banda vão tocar no seu regresso a Lisboa. Os bilhetes para o concerto do Capitólio já se encontram ao vivo online e nos locais habituais. O preço é só um: 22€. + Tiago Bettencourt: “O meu sonho era não ter redes sociais” + Leia já a edição digital da Time Out Portugal desta semana

‘Obi-Wan Kenobi’ estreia-se no Disney+ a 25 de Maio
Uma das estreias mais aguardadas pelos fãs de Star Wars já tem dada marcada. E está quase ao virar da esquina: a partir do dia 25 de Maio vai ser possível ver Obi-Wan Kenobi no Disney+. A acção da nova série da Lucasfilm decorre dez anos depois do final de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, de George Lucas, quando Anakin Skywalker, o aprendiz jedi de Obi-Wan, sucumbe ao lado negro da força e coloca a máscara de Darth Vader. Ewan McGregor e Hayden Christensen voltam a dar corpo aos personagens que interpretaram na trilogia de prequelas. O elenco inclui ainda Joel Edgerton, Bonnie Piesse, Moses Ingram, Kumail Nanjiani, Indira Varma, Rupert Friend, O’Shea Jackson Jr., Sung Kang, Simone Kessell e Benny Safdie. A série tem produção executiva da presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy, além de Michelle Rejwan, do próprio Ewan McGregor, da realizadora Deborah Chow e do argumentista Joby Harold. + Os piores e os melhores filmes de Star Wars + Leia a nova edição digital da Time Out Portugal

Franz Ferdinand adiam o seu regresso a Lisboa para Outubro
Pensavam que era desta, não era? Em 2022 a pandemia estava controlada, a Europa e os Estados Unidos maioritariamente vacinados, e voltava a vida ao normal e os concertos a acontecerem nas datas previstas. Parece que não. Com os números de infecções a baterem máximos históricos e os efeitos da Covid-19 a sentirem-se ainda em todo o mundo, alguns grandes espectáculos continuam a ter de ser adiados e cancelados. As mais recentes vítimas desta quarta (ou é a quinta?) vaga de adiamentos e cancelamentos? Os Franz Ferdinand. O regresso a Portugal da trupe escocesa, anunciado há três meses e originalmente marcado para 17 de Março, acaba de ser chutado para Outubro, mais concretamente para o dia 29 desse mês, “devido à pandemia e às restrições de viagem e problemas logísticos”, de acordo com o comunicado enviado pela promotora Everything Is New às redacções. A nota continua, como outras que nos habituámos a ler desde 2020, com os avisos de que “os bilhetes de dia 17 de Março de 2022 mantêm-se válidos para a nova data” ou, alternativamente, é possível solicitar um reembolso. Tudo o resto, mantém-se igual. Ou seja, em Outubro como em Março, os Franz Ferdinand vão trazer-nos as canções compiladas em Hits To The Head, a colectânea da banda que chegará às lojas e serviços de streaming no próximo dia 11 de Março. Entre as 20 faixas do alinhamento estão todas aquelas que os fãs querem ouvir (“Take Me Out”, “Darts Of Pleasure”, “Michael”, “This Fire”, “Do You Want To”), mais uns quantos ê

O Festival Rescaldo regressa em Março, após quatro anos de silêncio
Já tínhamos saudades do Festival Rescaldo. Desde 2018 que o festival concebido por Jorge Trindade, mais conhecido como Travassos, designer, editor, músico e divulgador com um percurso notável, não se fazia ouvir. Vai finalmente regressar no início de Março, para a sua 12.ª edição, com precisamente 12 concertos (mais um DJ set) espalhados por cinco dias e quatro salas da cidade. A música continua desafiadora e a seguir as coordenadas de sempre, esbatendo barreiras entre o rock, o jazz, a música improvisada e as electrónicas. Mas há mudanças na ficha técnica. Ao mentor Travassos junta-se agora João Castro, da promotora Nariz Entupido, na programação e na produção, e Rui Pedro Dâmaso, da OUT.RA — Associação Cultural barreirense, assina os textos de apresentação. A identidade do festival, porém, não mudou, com nomes históricos e emergentes a cruzarem-se ao longo dos dias. Isso fica claro logo no primeiro, 2 de Março, uma quarta-feira. A abertura, nas Damas, é feita por Carlos “Zíngaro”, intérprete crucial da música improvisada portuguesa. Enquanto ele toca violino, serão projectados excertos de um documentário de Inês Oliveira que acompanha a sua vida e obra e que deve estrear-se no próximo IndieLisboa. Na segunda hora, ouvem-se os drones de Clothilde, aliás Sofia Mestre, que se estreou com Twitcher em 2018 e lançou o exemplar Os Princípios do Novo Homem em 2021 pela Holuzam. Nos dias 3 e 4 de Março o festival muda-se para o Centro Cultural de Belém. Ouvem-se primeiro a gaita-de-

Filho Único abre o ano com fim-de-semana de concertos na SMUP
Desde Setembro do ano passado que a Filho Único vem a congregar alguns dos artistas mais vitais que continuam a trabalhar e a fazer coisas boas acontecer em Portugal na SMUP. Mês após mês, a instituição da Parede tem recebido músicos e grupos escolhidos a dedo pela equipa da Filho Único. Vai continuar a recebê-los em 2022 e, para começar o ano com confiança, em vez dos habituais três concertos num dia, há seis divididos por um fim-de-semana. Na primeira noite, neste caso uma sexta-feira, 28 de Janeiro, a singular cantora e compositora portuguesa Lula Pena é o nome mais sonante de um alinhamento onde se destacam ainda a flautista Violeta Azevedo e Lourenço Crespo, metade dos superlativos Iguanas e um dos mais completos escritores de canções da Cafetra. No sábado, 29, a partir das 21.30, vai ouvir-se a guitarra mágica de Tó Trips, a electrónica experimental de Carincur e o indie rock de nëss. E já há datas e artistas fechados para os próximos meses, em jeito de desafio à pandemia e promessa de que a vida não volta a parar. No dia 25 de Fevereiro hão-de tocar os Osso Exótico, Raw Forest e oseias. Para 25 de Março estão agendados Vum Vum, Gala Drop e Dibuk. Passado mais um mês, a 29 de Abril, sobressaem os nomes de Vaiapraia, Sei Miguel Unit Core e Phoebe. Por fim, para 27 de Maio, estão prometidos o lendário Sonic Boom, Tropa Macaca e 7777 の天使. Venham eles. Os bilhetes para os concertos já podem ser comprados online ou no próprio dia, à porta da sala. Custam 6€ ou 4€ para os sóc

Musicbox Club Orchestra faz a festa nos 15 anos da sala de espectáculos
O Musicbox não costuma estar tão iluminado. Mas tem de ser. Naquela tarde de sexta-feira, 3 de Dezembro, o clube ainda não é um salão de dança, é só um local de trabalho. Cá em baixo está um membro do staff, o programador Pedro Azevedo e um par de jornalistas da Time Out. Lá em cima, no palco, trabalham King Kami e DJ Kolt, de frente para a pista, e Pedro da Linha, do outro lado da mesa, a olhá-los nos olhos. Estão a bater bolas e a lançar batidas, a ensaiar para o aniversário do Musicbox, que se celebra esta sexta-feira, dia 10, com a primeira actuação da Musicbox Club Orchestra, um ensemble de quatro DJs que passou os últimos dez dias em residência entre o clube do Cais do Sodré e o Haus – Violet, a quarta perna desta mesa de mistura, faltou ao ensaio de dia 3; mas esteve nos restantes. Enquanto se mandam abaixo cervejas, cá em baixo, e se cruzam linhas melódicas, batidas e efeitos, lá em cima, pergunta-se a Pedro Azevedo sobre o formato da actuação e sobre os motivos que o levaram a convocar esta Musicbox Club Orchestra. Ele retrocede uns meses, para contextualizar a coisa. “Por ser uma data tão redonda fez-nos sentido pensar num espectáculo encomendado que fosse também representativo da actividade do Musicbox, que sendo uma sala de espectáculos também é uma discoteca”, começa por dizer. “A ideia de criar uma orquestra de clubbing pode parecer simples mas é algo em que já andávamos a pensar há algum tempo. Sentimos essa necessidade de misturar as várias electrónicas que ha

Os estúdios GreenBoy continuam a fazer novos jogos para o Game Boy
O primeiro Game Boy foi vendido há mais de três décadas, em Abril de 1989, no Japão. Entre essa data e Março de 2003, quando a icónica consola portátil foi descontinuada, a Nintendo vendeu quase 120 milhões de consolas e foram feitos mais de mil jogos para o sistema. Ao longo dos anos, o espanhol Dana comprou todos, incluindo alguns que nunca foram postos à venda. E hoje dedica-se exclusivamente a fazer videojogos. Não para o PC, nem para as PlayStations e Xboxes, nem sequer para a Nintendo Switch, mas para o bom e velho Game Boy. Dana (que prefere não revelar o verdadeiro nome, nem a idade, optando por usar a alcunha pela qual é conhecido no meio dos videojogos) é o responsável pelos estúdios GreenBoy. Aliás, ele é os estúdios GreenBoy. “Sou responsável pela arte, programação, embalagem, compras, vendas, publicidade, atendimento ao cliente, montagem de campanhas”, elenca. “A única coisa que não faço é levar as encomendas até à porta dos clientes”, brinca. Também não compôs a música que se ouve no mais recente jogo, The Shapeshifter, e na sua continuação, The Shapeshifter 2, cuja campanha de financiamento no Kickstarter chegou ao fim no início do mês – o objectivo era amealhar 6777 dólares; o montante final ultrapassou os 83 mil dólares. Mas tudo o resto é feito e decidido por ele. Podia ter expandido a empresa, no entanto preferiu não dar passos maiores do que as pernas. “Já me fizeram várias propostas para publicar títulos de outros programadores, e disse que não a todas. P

A Flur faz 20 anos e é palco de seis concertos gratuitos no sábado
Poucas lojas de discos marcaram tanto Lisboa ao longo das últimas duas décadas como a Flur. Inaugurada a 4 de Dezembro de 2001, tem sido ponto de encontro de melómanos e DJs, atrás e à frente do balcão, e abrigado uma selecção criteriosamente curada de novidades e raridades de diferentes géneros e geografias, em vinil, em cassete e em CD – o único critério é a qualidade e o facto dos lojistas acreditarem a sério no valor das centenas edições que enchem as prateleiras. Faz 20 anos no sábado, e a data celebra-se com concertos de cúmplices e amigos, no Mercado de Arroios, para onde se mudaram há uns meses. “Há alguns anos que estávamos com vontade [de sair de Santa Apolónia]”, confessa André Santos (ex-Time Out Lisboa), que se juntou à equipa a 4 de Dezembro, mas de 2006, quando a Flur fez cinco anos, e hoje é um dos donos, a par de Márcio Matos, que entrou na mesma altura, e do fundador José Moura, atrás do balcão desde o primeiro dia. São também responsáveis pela editora Holuzam e trabalham na loja, onde têm a ajuda de Tomás Freitas (ou Tsuri). “Queríamos entrar na cidade, estar mais dentro de um bairro e ficar mais próximos das pessoas, dos nossos clientes, de novos clientes. Arroios rapidamente passou para primeiro bairro da lista, encontrar este espaço no mercado foi ouro sobre azul.” André faz questão de sublinhar que “a pandemia não foi a razão de mudança, isso já estava decidido antes”. Mas reconhece que durante o primeiro ano da crise sanitária ficou ainda mais claro qu

A Colina volta a erguer-se e a ouvir-se em Setúbal neste fim-de-semana
Nos últimos dias de Novembro de 2019, A Colina ergueu-se em Setúbal. Originalmente, a festa, que levou músicos e artistas internacionais como Panda Bear ou Proc Fiskal a Setúbal e se prolongou por três noites e uma tarde, era um ensaio para um festival que devia ter continuado a desenvolver-se na Primavera seguinte. Mas a pandemia forçou os responsáveis por esta empreitada – Luan Bellussi e Pedro Tavares, do Coletivo Colinas, com a mentoria de Pedro Gomes – a alterarem os seus planos. Pensaram em voltar em Novembro passado, mas mais uma vez não foi possível. Agora é que vai ser. Pedro Tavares edita a solo como funcionário, toca com Luan no Império Pacífico e descreve A Colina, que vai ocupar o espaço de A Gráfica, em Setúbal, entre sexta-feira e domingo, como uma “tentativa de chegar a um lado novo a partir de coisas que já existem e de malta que já está estabelecida, e de dar uma força a quem está a começar, a malta portuguesa que está cá a criar trabalho”. Pedro Gomes, que ao longo das últimas duas décadas levou música absolutamente vital a quase todas as salas que importam em Lisboa, completa o raciocínio: “Inclusive a malta do distrito. Há pessoal do Montijo, de Palmela, Setúbal [no cartaz]. Está tudo representado.” A relação com estas cidades e os seus habitantes é fundamental para os organizadores. Todos cresceram em Setúbal e, apesar de a maior parte já não viver lá, querem levar ao distrito (que Pedro Gomes descreve como “um arquipélago de ilhas que não comunicam ent

‘Hawkeye’ é um conto de Natal
Apesar de ter sido criado em 1964 e de se ter juntado aos Vingadores um ano mais tarde, Hawkeye (o Gavião Arqueiro, em português) sempre foi um personagem secundário. Teve direito a uma minissérie de quatro edições nos 80s, outra nos 90s, e nos anos zero protagonizou a sua própria série de banda desenhada, cancelada ao fim de oito números por falta de interesse. Mas a sua sorte começou a mudar em 2012. Primeiro, a sua participação nos Vingadores de Joss Whedon elevou o seu mediatismo. E uns meses mais tarde, Matt Fraction e David Aja começaram a esculpir a sua personalidade nas páginas de mais uma banda desenhada homónima, uma das melhores que a Marvel publicou nos últimos anos. Esses livros inspiraram Hawkeye – Gavião Arqueiro, a nova série da Disney+. Hawkeye foi um dos livros mais populares e elogiados da Marvel entre 2012 e 2015, muito graças ao seu argumentista. Enquanto as minisséries e a série anterior mostravam o Gavião Arqueiro como um super-herói, como um Vingador, Fraction decidiu fazer o contrário, mostrar a vida de Clint Barton, um pobre diabo a viver num prédio prestes a ser gentrificado, a organizar churrascos com os vizinhos, a salvar cães vadios, a ensinar o pouco que sabia à sua sucessora, Kate Bishop (que partilha com ele a identidade de Hawkeye), a lidar com a surdez e a enfrentar criminosos mais e menos ridículos, como a máfia do fato de treino. Durante três anos e 23 revistas (incluindo a edição anual de 2013), quase todas ilustradas com mestria por Davi